Ex-atriz da Globo revela diagnóstico de bipolaridade após ter sido vítima de estupro
A atriz e apresentadora Renata Sayuri, de 44 anos de idade, que ficou famosa como apresentadora do Band Kids e atuações em novelas como Malhação (Globo) e Pequena Travessa (SBT), apareceu para fazer um novo relato sobre sua vida e relembrar de um episódio de agressão sexual. Ela, que foi diagnosticada com transtorno afetivo bipolar há 20 anos, contou que foi violentada, engravidou e fez um aborto.
“Existe um fato muito importante no transtorno afetivo bipolar: o trauma. Segundo a ciência, qualquer pessoa tem pré-disposição à doença, mas ela só se desenvolve se a pessoa passar por um episódio estressante ou traumático. Eu fui violentada e tive que fazer um aborto três meses depois”, disse, nas redes sociais neste sábado (19).
Renata ainda explicou a razão para estar contando sobre o episódio. “Seis meses depois (do abuso), eu estava em um sanatório e fui diagnosticada. Ninguém me perguntou o que havia acontecido. Passei mais de 10 anos com esse luto. Fiquei calada até hoje sobre o que aconteceu. Diversas vezes, dentro das minhas crises em que ocorre a neurose e a paranoia, já briguei com homens no meio da rua. Por quê? Porque a minha mente vai para aquele lugar de 20 anos atrás. A minha mente ficou buscando como fui entorpecida e drogada. Tenho apagões e não lembro de detalhes. Isso faz a minha mente entrar em pane. Faz buscar explicações que nunca vão existir, para desvendar o que falta na história”, esclareceu.
“A situação aconteceu em um ambiente que seria a extensão da empresa. Era uma confraternização e tinha a ver com a hierarquia de trabalho. O rapaz me ofereceu carona, morava perto do local e ele mudou o caminho. Já saí do local (da festa) dopada. Não sei que forma isso aconteceu. Havia bebidas na festa e eu bebi. Na época, eu bebia bem pouco, depois que isso aconteceu, fiquei bem adulta na bebida. Aos 23, eu bebia pouquíssimo. Não sei, até hoje, qual foi a droga colocada. Fiquei enlouquecida por quase três dias.”, acrescentou.
Ela também detalhou pelos quais motivos não denunciou o agressor. “Não processei, nem denunciei, nem me pronunciei a respeito. Tinha 23 anos e ainda era contratada por uma empresa. Foi muito confuso entender como havia acontecido. Havia uma hierarquia de pessoas, a empresa com poder imenso. A pessoa não era um colega de trabalho da equipe em que eu trabalhava, mas ele era da mesma empresa. Envolveria uma exposição muito grande porque iria correlacionar duas pessoas, mais a empresa e o fato de haver uma gravidez. Nessas horas, o que você faz? Você toma uma atitude sem consultar o estuprador ou você consulta toda a cúpula? Eu não teria poder aquisitivo para advogados e teria que esperar as definições da cúpula. Se esperasse, estaria gestando, não teria a opção (do aborto) e não daria a opção para a criança — ser filho de uma situação dessas.”
Fonte: Ex-atriz da Globo revela diagnóstico de bipolaridade após ter sido vítima de estupro (bnews.com.br)
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